No dia 03 de outubro de 2011, três pesquisadores dividiram o Prêmio Nobel. Dois deles na linha de imunidade inata, Bruce A. Beutler e Jules A. Hoffmann e um deles, Ralph M. Steinman (falecido de câncer 3 dias antes da cerimônia do Prêmio), na linha de imunidade adaptativa. Todos os 3 pesquisadores desenvolveram conceitos que hoje consideramos corriqueiros, mas que revolucionaram o modo como entendemos a resposta imune frente a diversas formas de agressão. A imunidade inata e a imunidade aprendida não são independentes uma da outra. Cada sistema atua em relação com o outro e influi sobre ele, direta ou indiretamente, por meio da indução de citocinas - mensageiros. Raramente um estímulo desencadeia uma só resposta. O que faz é iniciar várias, algumas das quais podem atuar conjuntamente ou ocasionalmente competir entre si (figura 1). Os vencedores do Prêmio Nobel descobriram também passos importantes das respostas imunes. No caso da imunidade inata, eles explicitaram um dos seus mecanismos básicos que é a ligação do Lipopolissacáride (LPS) de um determinado agente infeccioso ao seu receptor - Toll-like receptor - presente em algumas células do sistema imunológico, ativando a cascata imunológica inata (figura 2). Na resposta imune adaptativa, o falecido Dr Steinman constatou a existência e isolou a famosa célula apresentadora de antígeno ou célula dendrítica. Esta é a célula que “processa” o antígeno e o apresenta aos linfócitos T e B ativando-os e criando a memória imunológica específica de cada indivíduo. Estas descobertas foram determinantes para o Prêmio Nobel 2011.
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Fig 1: resumo de imunidade inata e adaptativa |
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Fig 2: Papel dos LPS e do TLR na imunidade inata e das células dendríticas na imunidade adaptativa. |