sexta-feira, 11 de maio de 2012

Nanotecnologia aplicada à medicina evolui no Brasil


Apesar de ser um tema bem atual, há mais de 50 anos, a nanotecnologia é desenvolvida em algumas partes do mundo. No Brasil, são 15 anos de estudos sobre a ciência que manipula moléculas com diâmetro inferior a cem nanômetros. Só para exemplificar, um nanômetro equivale à milionésima parte de um milímetro.
A nanotecnologia aplicada à medicina já vem gerando bons frutos. No entanto, um dos problemas enfrentados é a toxidade em algumas aplicações. Dificuldade que deve ser consideravelmente minimizada com a chegada de nanodrogas mais eficientes.
São antibióticos, quimioterápicos e anestésicos, que estão sendo testados em alguns centros de pesquisas espalhados pelo Brasil, e que, por meio de nanocarregadores, conseguem chegar até o local exato da enfermidade.
Na Unesp – Universidade Estadual Paulista de Araraquara-SP, a equipe do pesquisador Anselmo Gomes de Oliveira utiliza uma técnica que consiste em colocar a doxorubicina (remédio usado em quimioterapia para pacientes com câncer no fígado e pulmão) em um nanocarregador construído com um nutriente muito consumido pelas células cancerosas. O alimento, “envenenado” pelo quimioterápico, é digerido pontualmente pelas células do tumor, que são destruídas. A técnica ainda diminui em até um quinto a toxidade, o que não é conseguido pelo método tradicional, que lança o remédio na corrente sanguínea, espalhando-se por todo o corpo, afetando tecidos sadios.
Outra pesquisa bastante interessante é desenvolvida pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) pelo pesquisador Sócrates Tabosa do Egito. Segundo o cientista, os testes em cobaias infectadas pela bactéria causadora de úlceras (Helicobacter pylori) mostram que o antibiótico amoxicilina, envolvida por uma nanoestrutura magnética e aplicada a uma corrente elétrica, penetra na mucosa do órgão, aliviando os sintomas.
Já na USP de Ribeirão Preto-SP, há um ano, a equipe coordenada por Antônio Cláudio Tedesco está testando, em três hospitais do país, um creme, produzido com a ajuda da nanotecnologia, que quando estimulado por um raio de luz vermelha, cura, com eficiência de 95%, cânceres de pele humana, em sua fase inicial.
No final de 2009, o primeiro remédio desenvolvido no Brasil com nanotecnologia deve chegar ao mercado: um anestésico criado pela equipe da pesquisadora Silvia Guterrez, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
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